Autoconhecimento. Por que perco a motivação?

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Quando buscamos o caminho do autoconhecimento sabemos que não será uma tarefa fácil, que precisaremos ter disciplina e muita força de vontade para não desanimar no meio do caminho quando os desafios começarem a surgir.

Que desafios são esses?

Bem, a começar pela própria disciplina, ou seja, não é porque estamos tratando de algo relacionado aos nossos pensamentos, emoções e até espiritualidade, que não se faça necessário ter disciplina. A disciplina no processo de autoconhecimento é o principal compromisso que assumimos, um ato de comprometimento com você mesmo,  uma postura de fidelidade com o processo, que independente de como seja, você estará lá com muita compaixão e verdade para ajudar a si mesmo a superar as dificuldades.

No processo de autoconhecimento, somos ‘convidados’ a olhar para dentro de nós mesmos, e isso implica em reconhecer sentimentos e pensamentos, sejam ele bons ou ruins, identificar nossos aspectos positivos e também nossos fracassos e limitações.

Sendo assim, é natural que já logo no início, quando começam os primeiros enfrentamentos, ou seja, quando começamos a ‘mexer’ em tudo que está guardado lá dentro, que surjam sentimentos de desânimo e descrença, uma maneira inconsciente de auto sabotagem .

Caímos em armadilhas criadas por nós mesmos, aí começa a fase de justificativas, é a falta de tempo, é o método que não funciona, é o psicólogo, o terapeuta, a distância, o chefe, os filhos. Isso ocorre porque, apesar da vontade eminente e o desejo latente de mudar, nosso inconsciente ainda não nos permitiu mudar.

Muita vezes, o medo da mudança é maior que a força para mudar. A mudança envolve rever padrões de pensamentos e comportamento, e isso é muito difícil, pois implica em mudanças profundas como em adquirir novos hábitos e cultivar novos pensamentos. Mas  e se nós nos viciamos neles? Nos apoiamos em nosso pensamentos, nos justificamos nesses velhos padrões, ainda que alguns deles não nos façam bem, por isso é um grande desafio ir de encontro aos ‘enfrentamentos’. Será sempre mais fácil em lidar com os mesmos ‘problemas’, já tão conhecidos por nós, do que deixar o novo entrar, afinal, nosso cérebro foi treinado desde de criança a não aceitarmos nada de estranhos.

Dificilmente percebemos que nos auto-sabotamos, que preferimos ficar na ilusão a ter que ir de encontro com nosso ‘problema’ raiz, de ter que mudar.

A auto-ilusão, responsabilizar o outro pelo desânimo do seu processo de autoconhecimento, é um jogo da mente que busca uma solução imediata para o primeiro conflito que surgiu, ou seja, dar uma resposta imediata para impedir uma mudança, pois essa é muito ameaçadora, implicará em realinhamentos e ajustes que dependerá de muito esforço e dedicação. É mais fácil se iludir, justificar e continuar se amparando em desculpas.

Não queremos pensar naquilo que sentimos, é muito difícil lidar com a auto-imagem. No entanto uma coisa é certa: tudo que ignoramos sobre nossos pensamentos e sentimentos, cresce silenciosamente dentro de nós e uma hora será tão forte e grande suficiente para transbordar, quer você queira ou não, isso de alguma forma virá a tona.

Portanto, é essa auto-imagem que determinará uma parte do nosso destino, se queremos, se sentimos a necessidade de querer mudar algo, o momento é o agora.

Então, sabendo de tudo isso, não podemos cair na armadilha de auto sabotagem, podemos tentar , ao menos tentar percorrer esse novo caminho, com entrega e disciplina, e quando o desânimo ou a falta de motivação surgir, fuja das artimanhas e mantenha o foco no seu propósito.

Para ajudar a recuperar a motivação, tenha em mente algumas questões bem importantes, são elas:

  1. Não há ‘fim do jogo’: problemas e situações a resolver fazem parte da vida de todas as pessoas, o estresse não é ruim, é ele que nos impulsiona a nos motiva em mantermos em nossas atividades. Só precisamos aprender o momento que podemos ‘apertar o botão’ para desligá-lo. Você não precisa estar em estado ‘atento e alerto’ em tempo integral, nem ao menos excitado, o que você precisa é de uma mente tranquila e desperta para ter clareza na hora de tomar decisões. Então, não ache que para ser feliz, você precise eliminar todos os seus problemas, eles fazem parte da sua evolução, acredite, você precisa deles, até para poder transmutá-los.

(….) A motivação, portanto, assume uma roupagem diferente. Não se trata mais de achar uma técnica para se manter sempre excitado e instigado para fazer o que precisa ser feito. Trata-se de aprender a gerenciar o próprio corpo para executar aquilo que você acha importante. Não uma busca pontual, mas uma postura contínua. (…)

2. Outra coisa importante é entender a diferença entre motivação e inspiração: a inspiração é pontual e passageira, logo que passa a inspiração você volta ao estado inicial, enquanto que a motivação, é um conjunto de fatores que interagem para determinar a conduta de uma pessoa.

Motivar-se significa primeiramente compreender o  todo, o caminho a se percorrer e os objetivos a serem atingidos, após isso, relacionamos os objetivos com AÇÕES diárias para atingi-los a curto, médio e longo prazo, uma maneira de impedir a procrastinação, um dos empecilhos do processo de autoconhecimento.

3. Liste seus desejos e depois escreva os motivos para querer realizá-los, essa lista será a sua INSPIRAÇÃO, mas se você definir ações práticas e diárias para ir realizando um a um, essa lista passara ser a sua MOTIVAÇÃO.

Após fazer essa lista, é importante estar atento aos sinais de procrastinação, ou seja, se começou a adiar as tarefas, talvez seja o momento de reavaliar o desejo. Se realizar alguma ‘tarefa’ da sua lista não lhe pareceu interessante e você pensou em adiá-la, muita atenção nesse momento, pode ser que a motivação não seja uma prioridade como você imaginava, pode ser que aquele desejo não seja mais tão ‘desejado’, mas se não for nada disso e você reforçar o seu interesse em obter resultados naquela questão, então é o momento que começou a auto sabotagem, e o medo de mudar ficou mais forte que o desejo de mudança.

4. Seja ousado, mas com pés nos chão: a procrastinação também pode estar associada ao grau de dificuldade das metas, ou seja, seja realista, estabeleça atividades, metas e objetivos que estejam dentro das suas possibilidades de realização. Lembre-se que esses fatores ‘limitantes’ podem ser passageiros, hoje você pode ir até “X”, mas pode ser que amanhã você já consiga ir até “Y”, o importante é o que os primeiros passos sejam dados e com muita firmeza e propósito.

5. Não jogue tudo no mesmo cesto! Não seria justo você se frustrar  por conta de uma determinada área  e por isso acreditar que essa frustração se atribui a você como um todo. Separe as áreas da sua vida, sem vitimização, seja prático e defina para cada área os aspectos que gostaria de aumentar o foco e melhorar, para cada área tenha em mente suas realizações, condicionantes e objetivos a serem alcançados.

Depois tente avaliar quais as possíveis associações entre as diferentes áreas da sua vida, ou seja, de repente aquela frustração no trabalho esteja interferindo diretamente na relação afetiva. Mas, isso não quer dizer que você precise solucionar a questão profissional primeiro para poder viver bem em seu relacionamento, por isso, é tão importante ‘setorizar’ os problemas e não jogá-los tudo no mesmo cesto. Talvez  seja o momento para fazer justamente o contrário, abastecer a relação de amor, resgatar o relacionamento, e com isso você se sentirá mais segura e encorajada  para tomar as melhores decisões profissionais.

6. Por fim, seja realista, o quanto você está disposto a mudar? O quanto você está disposto a criar novos hábitos, a sair do seu comodismo e partir diariamente para ações concretas em prol dos seus objetivos?

Existe um princípio minimalista  que sugere que para cada novo hábito é preciso jogar um velho hábito fora, ou seja, não adianta querer que o novo entre sem me desapegar do velho que não me faz bem, e enquanto eu continuar insistindo em querer manter os velhos hábitos, a chance de fracassar em meus objetivos  caminhará comigo assim como meu desejo de mudança.

Então, sejamos práticos e objetivos, liste os novos hábitos a serem adquiridos e liste aqueles que você quer mandar ir embora de uma vez por todas.

Por fim, trouxe uma lista que tirei uma matéria sobre mudança e motivação que resume tudo isso que foi abordado nesse texto, para  você  não desistir  diante de algum desânimo e falta de INSPIRAÇÃO. Lembre-se, mais do que inspiração, você tem MOTIVAÇÕES, e são elas as responsáveis pela sua mudança, ao outro cabe apenas o aconselhamento, o apoio e as facilitações, a você cabe a verdadeira e profunda mudança.

  1. Inspiração e Motivação são coisas diferentes.
  2. Crie rotinas e hábitos que lhe ajudem em seu autocontrole, não pense que somente a força de vontade basta.
  3. Escreva as razões que tornam suas metas realmente importantes.
  4. Observe a procrastinação como um sinal, e não um problema.
  5. Seja realista, não crie planos que você não conseguirá atingir.
  6. Dificulte a autossabotagem, segmente as áreas de sua vida .
  7. Pague o preço de suas metas, pague pra ver!
  8. Lembre-se que dias ruins acontecem, não faça nada impulsivamente, deixa que cheguem, viva o momento, mas saiba a hora de libertá-lo, deixe-o ir embora.

“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver.” Gandhi

Por Lua Flow, 05 de julho de 2016.

 

 

 

Fonte: estrategistas.com

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